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21 de out. de 2013

PNE e a educação de surdos no Brasil

Olá pessoal,

Nos últimos meses de setembro e outubro, várias notícias estão circulando a respeito de manifestações referentes à aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), além de diversas propostas sobre educação de surdos e educação especial que o plano apresenta.

Mas, você sabe o que é PNE?

Em 2010, um documento gera uma intensa discussão sobre a educação especial no país: o projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação (PNE)1, que foi criado e entregue ao governo federal, no mês de dezembro. O projeto estabelece dez diretrizes objetivas e vinte metas para a educação do país, a serem desenvolvidas em dez anos (se fosse aprovado imediatamente, entraria em vigor em 2011 e se estenderia até 2020). 
As metas 4 e 12 do PNE tratam especificamente da educação inclusiva. A meta 4 pretende universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotados. Isso significaria aprofundamento do programa nacional de acessibilidade nas escolas públicas (estratégia 4.4), fomentar a educação inclusiva (estratégia 4.5) e garantir a ampliação do atendimento aos estudantes com deficiência na rede pública regular de ensino (estratégia 4.6), ações que visam a incentivar fortemente que a educação de todos os alunos com necessidades especiais de educação (incluindo os surdos) ocorram nas escolas regulares. A meta 12 trata da ampliação do número de matrículas no ensino superior. Umas das estratégias para se atingir essa meta é a 12.10, que pretende “Assegurar condições de acessibilidade nas instituições de educação superior, na forma da legislação”, ou seja, tornar as instituições de ensino superior acessíveis a toda a população, inclusive às pessoas com necessidades especiais de educação. 
Apesar de ter sido apresentado em 2010, o PNE foi aprovado pela Câmara dos Deputados apenas em outubro de 2012, após ter recebido aproximadamente três mil emendas ao projeto original. Para virar lei, ele ainda precisa passar pelo Senado, que não tem previsão de quando o votará.

E a educação de surdos?

Emenda vai e emenda vem, o texto da meta 4.6, que versa sobre a educação dos surdos, foi alterado, e uma pequena palavra foi tirada. Pode parecer pouco, mas em termos de legislação, uma pequena palavra pode mudar tudo, e foi isso que a FENEIS (Federação Nacional d e Educação e Integração dos Surdos) entendeu. Reiterando o lema da Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência: “NADA SOBRE NÓS SEM NÓS”, a FENEIS quer que os surdos participem da composição do texto que versa sobre eles (nada mais justo, não acham?) e defendem que a mudança de texto implica, sim, uma mudança na concepção de educação para surdos.
Em uma nota explicando detalhes dessa proposta, a FENEIS compara o texto antes e depois da alteração. O novo texto ficaria assim:

4.6) garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, aos alunos surdos e com deficiência auditiva de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas e classes bilíngues inclusivas, nos termos do art. 22 do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, e dos arts. 24 e 30 da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, bem como a adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdocegos.

Segundo a FENEIS (e eu concordo), a sutil mudança daria a entender que a educação de surdos poderia ser realizada em qualquer escola regular, desde que a presença de intérprete, o que daria continuidade ao fechamento de diversas escolas de surdos, assim como tem ocorrido com as APAES.

Acompanhe a tramitação do PNE no site do governo:


Quer saber mais?

Acompanhe aqui outras notícias que circularam sobre essa luta:



1Projeto de lei nº 8530 de 2010.

16 de out. de 2013

Ensino de língua inglesa para surdos

Olá queridos!

Semana passada conheci no nordeste várias pessoas muito queridas. Uma delas era ainda mais especial: Toni! Depois de começarmos a conversar sobre nossas pesquisas, nosso trabalho, descobri que ele fez mestrado em Ciências da Linguagem com uma dissertação sobre aprendizagem de língua inglesa para surdos. Claro que eu o convidei a escrever um pouco sobre esta pesquisa e pedi para publicá-la aqui no blog, o que ele prontamente atendeu.

Abaixo, reproduzo o depoimento de Toni (na verdade Antonio Henrique Coutelo de Moraes) sobre este trabalho: 

Foto de Toni.
Esse trabalho teve motivações intrínsecas e extrínsecas. Primeiramente, fui motivado pela convivência com surdos, que demonstraram interesse em aprender a língua inglesa e pelo carinho que tenho por minha prima que é surda e com quem convivo muito. Também, em um dado momento de minha experiência em sala de aula, eu me deparei com um aluno surdo e uma série de questionamentos surgiram em minha mente. De início, foi muito difícil receber aceitação das pessoas na Academia no que diz respeito à pesquisa. Contudo, após muita conversa e exposição de ideias, as ideias foram aceitas. Embora a aquisição da língua estrangeira para surdos pareça uma questão passível de ser adiada por haver outras questões relacionadas à aquisição da segunda língua que ainda não tenham sido resolvidas, eu e minha orientadora acreditamos na necessidade de avançar em novas discussões. Para tanto, realizamos a pesquisa sem deixar de estarmos atentos para o contexto de aquisição do conhecimento do surdo no Ensino Médio. O objetivo foi de investigar a possibilidade de fluência no inglês por seis sujeitos surdos, sendo necessário, então, observar o seu processo de aquisição e aprendizagem da LE em um contexto educacional inclusivista multi(bi)linguista. Inicialmente contávamos com dez sujeitos, dos quais alguns desistiram por dificuldades com a linguagem escrita de uma forma geral. Esperamos contribuir para que essa linha de estudos seja ampliada pois são poucas as iniciativas em nosso país sobre o tema.

A dissertação foi defendida em Recife, em 2012, e orientada pela Dra. Wanilda Maria Alves Cavalcanti. Para ter acesso a ela clique aqui.
Para contatar o Toni, o e-mail dele é: coutelodemoraes@gmail.com

Obrigada, querido Toni, por toda a ajuda e por disponibilizar seu precioso trabalho conosco. 
Abração,
Vanessa.

2 de jun. de 2013

Promoção de Junho

Olá queridos leitores!

Quero aproveitar o início do mês de junho para lançar uma nova promoção no Blog. Para participar, você precisa apenas preencher o formulário abaixo (seus dados não serão divulgados) entre os dias 02/06 e 30/06/2013. No dia 1° de julho de 2013, sortearemos, entre os participantes, o livro "A educação do surdo ontem e hoje: posição sujeito e identidade", da autora Juliana Pellegrinelli Barbosa Costa, e publicado pela editora "Mercado de Letras". Você pode ter mais informações sobre o livro clicando aqui.
Atenção: cadastre no formulário o endereço onde você quer receber o livro, caso seja sorteado.
Você pode participar quantas vezes quiser.

Aproveitem e boa sorte!

11 de mar. de 2013

Conhecendo o curso Pro-LGP

Olá queridos, como estão?

Não estou tendo muito tempo para fazer postagens mais completas aqui no blog, mas procuro atualizar sempre que possível a página do facebook, com links, eventos, e algumas sugestões mais rápidas, por isso convido vocês a conhecerem, em https://www.facebook.com/vendovozes.

Hoje quero aproveitar para falar um pouco sobre o curso, aqui de Portugal, onde vim pesquisar, o Pro-LGP, da Universidade Católica PortuguesaO curso é uma licenciatura em Língua Gestual Portuguesa (LGP), semipresencial, ou seja, funciona através de educação a distância e encontros presenciais, cujo objetivo é formar profissionais no ensino de LGP e, por isso, é voltado para surdos que se comunicam através desta língua. As unidades curriculares são apresentadas nos encontros presenciais, pelo professor responsável, com o suporte de intérpretes de LGP, que também são tutores. Durante a semana, os alunos aprofundam seus conhecimentos através de estudos e atividades que constam nos materiais (livros da disciplina e plataforma virtual), discutem e tiram as dúvidas com os tutores através desta plataforma, com uma carga horária de atividades de aproximadamente 20 horas por semana.

Prédio do campus da Universidade Católica Portuguesa em Lisboa

A princípio, o curso me parecia ser muito parecido com o Letras-Libras, que temos no Brasil, mas são cursos bem diferentes. O Pro-LGP tem somente alunos surdos, o que cria uma atmosfera diferente, já que os conteúdos são ensinados totalmente em língua de sinais. Além disso, ele forma apenas para ensinar, proporcionando uma carga horária maior de disciplinas que estudam aquisição de linguagem, ensino de línguas e didática.

Layout do site do curso Pro-LGP, disponível em http://www.pro-lgp.com/home/home.html

O curso Pro-LGP é organizado através de três grandes áreas de estudos, em um total de 27 disciplinas, chamadas de “planos de estudos”, enumeradas abaixo. As áreas são Ciências da linguagem (de 1 a 12), Neurociências (13 a 19) e Ciências da educação (20 a 27), que procuram formar um profissional com conhecimento linguístico não apenas cultural, mas também biológico e capacitado para o ensino da língua de sinais.

  1. Português como L2 I, II e III
  2. Literatura das Línguas Gestuais
  3. Introdução aos Estudos Linguísticos
  4. Linguística I (Fonética e Fonologia)
  5. Linguística II (Morfologia)
  6. Linguística III (Sintaxe)
  7. Linguística IV (Semântica)
  8. Linguística V (Sociolinguística e Pragmática)
  9. Investigação em Linguística das Línguas Gestuais
  10. Lexicologia e Lexicografia nas Línguas Gestuais
  11. Escrita das Línguas Gestuais I
  12. Escrita das Línguas Gestuais II.
  1. Introdução à Surdez
  2. Introdução às Neurociências
  3. Bases Biológicas da Linguagem e Aquisição da Linguagem
  4. Neurociências e CogniçãoIntrodução à Surdez
  5. Introdução às Neurociências
  6. Bases Biológicas da Linguagem e Aquisição da Linguagem
  7. Neurociências e Cognição
  1. História da Educação de Surdos I
  2. História da Educação de Surdos II
  3. Estudos Surdos I
  4. Estudos Surdos II
  5. Ensino a Distância para Surdos
  6. Introdução às Ciências da Educação
  7. Métodos de Ensino e de Aprendizagem
  8. Ensino e Aprendizagem da LGP como L2

Os planos de estudos listados acima são ministrados através dos encontros presenciais, do ambiente virtual e das publicações impressas do curso. Cada publicação, em língua portuguesa, acompanha um DVD com o mesmo conteúdo traduzido para a LGP. São, no total, 22 volumes, com os seguintes títulos:
  1. Ensino a Distância em e-Learning: conceitos e práticas
  2. História da Educação de Surdos I
  3. Introdução aos Estudos Linguísticos
  4. Introdução à Fonética e Fonologia na LGP e na Língua Portuguesa
  5. Introdução à Neurociências
  6. Português como Língua Segunda para Surdos I
  7. Introdução à Surdez
  8. Bases biológicas e Aquisição de Linguagem
  9. Introdução às Ciências da Educação – Temas e problemas da educação inclusiva
  10. História da Educação de Surdos II
  11. Literatura das Línguas Gestuais
  12. Estudos Surdos I – Obras de referência
  13. Português como Língua Segunda para Surdos II
  14. Escrita das Línguas Gestuais
  15. Um olhar sobre a morfologia dos Gestos
  16. Questões sobre Ensino e Aprendizagem
  17. Sintaxe das Línguas Gestuais
  18. Introdução à Semântica Cognitiva
  19. Pragmática e Sociolinguística
  20. Neurociências e cognição
  21. Os Dicionários e os Avatares Gestuais
  22. Estudos Surdos II
Outra coisa legal é que os livros produzidos pelo curso são vendidos comercialmente, ou seja, qualquer pessoa pode adquiri-los nas livrarias de Portugal, o que amplia e muito a possibilidade de outros grupos se qualificarem e produzirem discussões e pesquisas nestas áreas. É possível encontrar a coleção completa, com os respectivos autores, índices e maiores informações no site da editora da universidade, aqui, que comercializa a coleção (os preços estão em euros). Algumas pesquisadoras brasileiras contribuem com as obras, como Ronice Müller de Quadros, Sandra Patrícia de Faria do Nascimento e Marianne Stumpf.

Exemplos de alguns livros da coleção Pro-LGP.

Devido a demanda de um vocabulário em Língua Gestual Portuguesa para os termos referentes às ciências da linguagem, o curso conta com um projeto para a criação, sistematização de divulgação desses sinais. É possível consultar um dicionário terminológico no próprio site do curso, no link http://pro-lgp.com/dicionario/index.html.
Para saber mais, visite o site do curso AQUI.

Pelo pouco que pude acompanhar, o curso me parece muito interessante, com uma equipe bastante empenhada e produzindo pesquisas inéditas e relevantes. Aproveito para agradecer o apoio e a gentileza com que a equipe formadora e os alunos têm me recebido. Obrigada!


6 de jun. de 2012

Audiência pública sobre educação de surdos - 04/06 em Porto Alegre (RS)

Olá pessoal!
É com alegria que trago notícias da Audiência pública ocorrida na segunda-feira, dia 04/06, em Porto Alegre. Uma chamada para a audiência havia sido publicada aqui. Infelizmente não pude comparecer, mas fiquei contente em saber que ela foi um sucesso. Parabéns a todos os que estão lutando por esta causa, em especial à Ana Paula Jung e Roger Prestes!
 No site de notícias da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul encontrei essa reportagem, que reproduzo na sequência, assim como uma série de fotos. Escolhi duas para mostrar a vocês:




EDUCAÇÃO, CULTURA, DESPORTO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Surdos querem escolas em que a Libras seja a primeira língua
Cristiane Vianna Amaral - MTB 8685 | Agência de Notícias - 15:34-04/06/2012 - Edição: Letícia Rodrigues - MTB 9373 - Foto: Marcos Eifler
Participantes defendem que é preciso valorizar a língua dos surdos

Escola Bilíngue para Surdos foi o tema da audiência pública que lotou o Teatro Dante Barone na manha dessa segunda-feira (4). Antes do início do evento, a plateia estava animada, mas pouco se ouvia. É que o principal meio de comunicação eram os gestos, a forma de manifestação da Língua Brasileira de Sinais (Libras). E é isso que os educadores, professores e estudantes presentes defendem: um espaço em que a Libras seja a primeira língua e o português escrito a segunda.
O deputado Carlos Gomes (PRB) foi o proponente da audiência, realizada pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia. Ele foi procurado pelo movimento nacional em defesa da educação e cultura surda, cuja principal entidade integrante é a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis). O parlamentar está preocupado com a dificuldade dos surdos de ingressarem e permanecerem na escola regular. “Me senti envergonhado por não entender a linguagem de sinais, mas vou me esforçar para aprender. Hoje, como estou minoria, consegui compreender como se sente um aluno surdo”, disse o parlamentar. 
O diretor regional da Feneis, Francisco Eduardo da Rocha, defendeu mais integração entre as escolas para surdos no Estado. “Queremos saber o que está acontecendo, trocar experiências.” Segundo ele, não há uma política para essas instituições de ensino do RS. Ele comemorou a inclusão da representação dos surdos no Fórum Estadual de Educação, mas reivindica que a Secretaria da Educação crie um grupo de trabalho para levar as discussões adiante.
Movimento de surdos é nacional
Uma  carta denúncia entregue nos Ministérios Públicos de todo o país resultou na abertura de um inquérito civil público sobre a questão da educação para surdos no país. O professor Cláudio Henrique Nunes Mourão, o Cacau, explicou que esse instrumento funciona como uma espécie de Comissão Parlamentar de Inquérito, ouvindo as partes envolvidas. O professor acredita que são necessárias mudanças na política do Ministério da Educação, que estaria fechando as escolas bilíngues, e convocou todos a participarem de um movimento em defesa dos direitos dos surdos, como fazem os gays e os negros.
O movimento dos surdos já impediu o fechamento de escolas bilíngues  em todo o país e conta com a adesão de entidades como a Apae e de personalidades, como a atriz Marieta Severo, que tem uma irmã surda. Uma manifestação em Brasília, no ano passado, reuniu quatro mil surdos e apoiadores contra as políticas do Ministério da Educação, que acredita na inclusão dos surdos no ensino regular. “E não existe uma lei que garanta a manutenção das escolas bilíngues”, reclamou Cacau. No RS, foram fechadas classes para surdos em quatro cidades no último ano.
A importância da academia e do poder público
O papel da universidade e da pesquisa acadêmica, como fundamental para alimentar o debate político e a mobilização em prol da escola bilíngue, foi o aspecto trazido pela professora Adriana Thoma, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Ela contou que havia muitas hipóteses sobre a educação para surdos. Então sete instituições de ensino superior uniram-se para formar um grupo de pesquisa sobre o tema no RS. Foi realizado um mapeamento do Estado sobre as condições das matrículas de surdos e o tipo de turma em que estes se encontravam. “Apesar de algumas secretarias municipais de educação não terem dado retorno, temos dados significativos para afirmar que a maioria dos surdos que chegam à universidade frequentaram escolas específicas, pois apresentaram um melhor desenvolvimento linguístico e educacional.”
Adriana relatou que quando o surdo está entre alunos ouvintes e sem muitos recursos a evasão é enorme. Outra situação são os alunos nômades, que vão de cidade em cidade em busca de  melhores condições de escolarização. Ela contou ainda a história de uma professora que atendia turmas regulares de Educação para Jovens e Adultos apenas uma vez por semana em três cidades diferentes. “Os alunos recebiam apenas uma fatia do conhecimento trabalhado.”
A experiência de Cuba é um exemplo para Adriana. Logo que a criança é diagnosticada como surda, uma pessoa fluente na língua faz visitas em casa e trabalha com toda a família. Isso até os três anos de idade. Dos quatro aos cinco anos, ela frequenta uma escola de educação bilíngue e na fase seguinte, pode-se optar pela escolarização bilíngue ou inclusiva.
“No Brasil, as crianças que são dignosticadas como surdas não recebem visitas em casa. É como um atendimento clínico, no qual a criança é quem se desloca”, explicou Adriana. Para a professora, é necessário investir mais na educação bilíngue com foco na educação infantil. “O resultado disso é que essas crianças chegam na escola sem o conhecimento línguístico adequado para que possam apreender os conteúdos.”
A professora Patricia Rezende concentrou seu depoimento na crítica à política de inclusão que está sendo desenvolvida pelo Ministério da Educação. Ela acredita que é preciso valorizar a língua dos surdos.  “Nas comunidades indígenas, o português também é a segunda língua.”
Ela é contra transformar as escolas bilíngues em centros de Atendimento Educacional Especializado (AEE) como o MEC estaria propondo. “A comunidade linguística tem direito de escolha de como será sua educação. É preciso contato para desenvolvimento linguístico e a partir da escola cria-se uma comunidade. Não é o governo que vai mandar que eu seja incluído ou não.”
O Brasil ratificou, em 2009, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU de Nova Iorque, que garantiria a construção da identidade dos surdos. E Patrícia cobra do governo federal a aplicação do acordo que tem força de lei. 
Patrícia comemorou duas mudanças no Plano Nacional de Educação, que deve ser aprovado pelo Congresso em breve. A primeira garante a educação bilíngue tendo a Libras como primeira língua e a segunda, que sejam oferecidos professores bilíngues e não apenas intérpretes.
O deputado Adão Villaverde (PT) trouxe o apoio de sua bancada ao movimento. “É diferente quando as concepções são testadas na prática”, alertou. Ele defendeu uma política de inclusão total, calcada na formação e qualificação dos professores. E criticou a cultura da exclusão que muitas vezes começa no próprio poder público.
Experiências de vida
As crianças surdas presentes no Dante Barone foram convocadas pelo professor Cristian Alexandre Strak para subirem ao palco. “Os surdos não podem ter medo de perder o emprego. Eu poderia dizer que era a favor da inclusão para trabalhar numa Atandimento Educacional Especializado, mas o meu amor é por essas crianças e pela língua de sinais. E o pequeno Jackson, de quatro anos, deixou seu recado, que emocionou a todos. “Eu não quero inclusão, eu quero ter o direito de estudar com surdos.”
O professor Roger Prestes, integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, fez uma fala rápida, mas contundente. “Nada sobre nós sem nós”, bradou. A crítica é dirigida aos gestores responsáveis pela aplicação de políticas públicas que não estariam levando em conta as reivindicações dos surdos.
Já o vice-presidente da Feneis, Carlos Góes, resgatou que antigamente os surdos não podiam casar, nem ter casa própria no país. “Tenho uma esposa, dois filhos e duas noras surdos e a inclusão não pode nos oprimir.” Ele comemorou as novas leis, como a que oficializou a língua de sinais no Estado em 1999, iniciativa pioneira no Brasil, mas diz que é preciso continuar lutando e destacou os trabalhadores e idosos surdos. “Me sentia um idiota quando era criança porque tinha que falar. A cultura da inclusão é a da oralização.”
A situação do RS
“A comunidade surda é titular de direitos e deve buscá-los junto aos órgãos competentes, seja administrativa ou judicialmente”, afirmou o representante da Procuradoria-geral do Estado, Alfredo Simon, integrante da Comissão de Direitos Humanos do órgão. Ele salientou que a Procuradoria é responsável pelo controle da legalidade na administração pública e que está aberta para demandas da comunidade surda.
Ana Paula Jung, da Escola Estadual Especial Keli Meisi Machado, de Novo Hamburgo, está preocupada com a situação da educação para surdos no Estado. “Não há um posicionamento legal da Secretaria da Educação e as políticas estão de acordo com as do Ministério. Estamos há anos sem formação, sem subsídio e os professores estão sendo transformados em intérpretes.” A professora cobrou uma diretriz clara do Estado para evitar o desmonte das 12 instituições com ensino bilíngue no RS.
Encaminhamentos
O deputado Carlos Gomes sistematizou as principais reivindicações e afirmou que vai levá-las ao governador Tarso Genro e ao seu secretariado. Confira os principais pontos:
  • Levantamento no número de surdos, como está o atendimento nas escolas, situação dos professores, níveis de evasão no Ensino Médio e Ensino para jovens e Adultos;
  • Grupo de trabalho temático para sistematizar discussões mundiais, no Brasil e no Estado;
  • Organização e normatização da educação para surdos;
  • Especificidade das crianças surdas;
  • Curso de Libras como parte obrigatória da formação de professores;
  • Políticas públicas de saúde;
  • Promoção de uma sociedade mais igualitária
O parlamentar anunciou que irá realizar uma audiência pública para tratar da situação do surdo no mercado de trabalho, ainda sem data definida.
Presenças
O senador Paulo Paim (PT), que prestigiou rapidamente o evento, transmitiu a Carlos Gomes seu apoio ao movimento dos surdos no Senado. Também participaram da audiência a presidente da Comissão de Educação da AL, deputada Juliana Brizola (PDT), e os deputados Mano Changes (PP) e Raul Pont (PT).

2 de mai. de 2012

A educação bilíngue de surdos em discussão

Olá pessoal,
Hoje quero falar sobre o tema principal do II Congresso Iberamericano de Educação Bilíngue para Surdos: "em busca de um modelo pedagógico conforme às características étnicas dos surdos". Vários especialistas discutiram o tema, especialmente em relação ao grande insucesso da educação bilíngue para surdos na América Latina, que já completou 25 anos. Uma educação bilíngue de verdade só poderá ser oferecida ao surdo, quando, nas escolas bilíngues, os alunos tiverem contato intenso com uma língua de sinais genuína, e não uma mescla de língua oral e língua de sinal (como as línguas orais sinalizadas - espanhol sinalizado, português sinalizado) que não possuem as características reais das LS, mas imitam a gramática das linhas orais. Quando o aluno surdo possui uma língua de sinais genuína, e está é o meio de ensino na escola, este aluno poderá refletir sobre a língua (metalinguagem), desenvolver os demais conteúdos escolares e ser um leitor eficiente. Dessa forma, todos os participantes foram unânimes em defender a qualificação dos professores que trabalham com surdos, os mesmos devem ser realmente bilíngues. 
Assim, professores que trabalham com surdos precisam ser bons leitores, conhecer o processo de aprendizagem e desenvolvimento da leitura e da produção textual escrita, utilizar em sala de aula muitos textos na língua alvo, trabalhar os contextos de produção e leitura dos mesmos, e não se limitar apenas a um trabalho de léxico. Como afirmou Carlos Sánchez, "ler não é entender o que está escrito, mas o que NÃO está escrito", e "não se aprende uma língua com regras de gramática e repreensões, cobranças, mas desfrutando dela".
A Professora Kristina Svartholm contou a experiência de educação de surdos na Suécia. Referência como educação bilíngue de qualidade, hoje a Suécia conta com um programa de implantes cocleares muito intenso. O governo já promoveu a implantação de 90% das crianças surdas, entretanto, esta medida não garante que a criança seja ouvinte, ela continua sendo surda. Assim, uma grande parcela dos pais continua matriculando seus filhos implantados em escolas bilíngues de surdos, pois veem a necessidade que seus filhos participem da comunidade surda, saibam Língua de Sinais e estejam com outros surdos. Uma lei que existe há 3 anos garante que todos os surdos (implantados ou não) aprendam LS. Kristina lembrou que esses surdos não podem ser ignorados, mas também sejam considerados surdos, para que também tenham essa identidade.
Ainda a respeito do tema da educação dos surdos implantados, Bob Johson contou que a situação linguística dos surdos que estão recebendo implantes há 20 anos nos EUA é a mesma dos surdos que não possuem implantes, ou seja, o implante coclear não representa o fim da educação dos surdos. 


Boris Fridaman (México), Kristina Svartholm (Suécia), Robert Johson (Estados Unidos) e Carlos Sánchez (Venezuela).
(continua...)

31 de mar. de 2012

Site "Meu filho surdo"

Gente, recebo muitos e-mails de mães de surdos, pedindo indicações de cursos, bibliografia.... enfim, tento compartilhar aquilo do pouco que sei, ou encaminho para pessoas que tenho certeza que sabem!
Agora encontrei esse site lindo chamado "Mi hijo sordo: um mundo de respuestas" (Meu filho surdo: um mundo de respostas). O site é em espanhol, mas é muito completo, com muitos recursos, dividido em várias fases do desenvolvimento humano. Vale a pena fazer um esforço para entender espanhol e conhecer mais sobre o site.
http://www.mihijosordo.org/
Pena não ter um site desses em português, né?

30 de mar. de 2012

Brinquedos e Deficiência Auditiva


Olá queridos, tudo bem?

Nosso post anterior sobre produtos interessantes sobre LS e Surdez fez tanto sucesso (especialmente os brinquedos) que resolvi fazer um novo post, com outras coisinhas legais que encontrei. Desta vez são dois brinquedos diferentes: um macaquinho com implante coclear (1) e um ursinho de pelúcia que carrega o aparelho auditivo da criança (2).
O macaquinho (1) é um dos brinquedos artesanais que podem ser encomendados neste site e custa 39 dólares. Podem ser encomendados bonecos com diversos tipos de necessidades: próteses, órteses, aparelhos auditivos, tubo de gastrostomia, etc. Também pode-se escolher a estampa do animalzinho. Achei a ideia muito interessante, e pode ser feito facilmente por qualquer pessoa que tenha noções de costura e saiba fazer bonecos de pano.

O Ursinho de pelúcia com a mochila (2) é um modelo que está sendo desenvolvido por uma equipe de estudantes da Rhode Island School of Design e do MIT. Além de usar um aparelho auditivo de brinquedo, o ursinho possui uma mochila onde pode ser carregado os utensílios do aparelho auditivo e as baterias (outra ideia que também podemos adaptar, não é mesmo?)



Macaquinho com implante coclear de brinquedo e Ursinho de pelúcia com aparelho auditivo para crianças.











Outra ideia que também podemos aproveitar (seja na escola ou em casa) é o aparelho auditivo de brinquedo. Muitos amaram a ideia do aparelho auditivo de boneca, que postei aqui. Mas como o produto não é muito acessível, pensei em compartilhar com vocês esse modelo de aparelho que pode ser feito de papelão, por exemplo, conforme o tamanho da orelha onde se quer colocar (seja na da criança ou de uma boneca). Não fica legal também?

Recomendo a quem quiser saber mais sobre brinquedos para crianças com necessidades especiais, que acesse o site Special Needs Toys que traz uma coleção bem variada de vários tipos de brinquedos!
Abração!

29 de fev. de 2012

Pesquisa sobre as escolas de surdos - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná

Olá pessoas queridas, tudo bem?

Este post é urgente e muito importante, destinado especialmente às escolas de surdos da região Sul do Brasil. Por isso, se você é aluno, professor, instrutor, funcionário ou próximo a pessoas de escolas de surdos dessa região, peço sua ajuda para divulgá-la!

Como vocês sabem, em nosso país, nós que somos a favor da manutenção das escolas para surdos estamos lutando contra várias políticas do governo federal que tenta acabar com elas. Por isso, vários movimentos estão sendo organizados, entre eles o Movimento Surdo em Favor da Educação e da Cultura Surda. Este movimento está realizando uma pesquisa nas escolas de surdos, e para isso, é necessário que um representante da escola preencha este questionário (clique aqui) e o envie, até o dia 12/03, para estes e-mails (clique aqui).

Os dados coletados serão utilizados para a elaboração de um documento que será entregue à presidente Dilma durante o Ato que ocorrerá na comemoração dos 10 anos da Lei de Libras, em 24/4, em Brasília.
Abaixo, um vídeo em Libras de uma das líderes do movimento, Mariana Hora, explicando sobre esta pesquisa:



Abraço! Participem e ajudem a divulgar...

16 de dez. de 2011

Programa NBlogs discute Educação de Surdos

Olá pessoal,

Abaixo compartilho com vocês um vídeo do programa NBlogs, do canal Record News, a respeito de educação de Surdos. O programa contou com a participação das convidadas Dra. Ronice Quadros e Fonoaudióloga Sandra Campos. É uma pena que não consegui com legenda... :(




O pessoal da internet que adora legendar filmes, poderia se engajar em fazer legendas em português também, né???

Abraço!

4 de jun. de 2011

VII FEES - Fórum Estadual de Educação de Surdos

Pessoal
Divulgando, o VII FEES - Fórum Estadual de Educação de Surdos, dias 01 e 02 de julho, em Pelotas/RS. O tema desde fórum será CULTURA SURDA E AS TECNOLOGIAS e ocorrerá no Auditório Antônio Edgar Nogueira - Colégio Municipal Pelotense.
Para maiores informações sobre o evento, programação, inscrição, hospedagem e mapa do local, consulte o site oficial (aqui).

Eu quero muito ir, com certeza será ótimo.
E quem visitar a cidade nestes dias poderá aproveitar também a Fenadoce, Festa Nacional do Doce que ocorrerá até o dia 3 de julho! Delícia...

23 de mai. de 2011

Manifestação em Brasília sobre Educação de Surdos (19/05/2011)

Olá pessoal

Separei alguns materiais que quero compartilhar aqui no blog sobre a discussão que ocorreu esta semana em Brasília sobre a educação para Surdos, e aos poucos irei divulgando...

O Jornal da Globo Bom Dia Brasil do dia 19/05, trouxe a reportagem a seguir:

Edição do dia 19/05/2011
19/05/2011 08h52 - Atualizado em 19/05/2011 21h42

Brasília debate se surdos devem estudar em escola regular ou especial

O Ministério da Educação acha que eles devem estudar nas regulares.
Especialistas, educadores e os próprios estudantes preferem as especiais.

Nesta quinta-feira (19) tem um debate importante em Brasília - que vai definir o rumo da educação para os alunos surdos. Eles devem estudar em escolas regulares ou especiais?
O Ministério da Educação acha que eles devem estudar nas regulares, mas com algumas exceções. Especialistas, educadores e os próprios estudantes preferem as especiais.
Você deve se lembrar do quadro do ‘Fantástico’, o Jogo Falado, que revelava o que técnicos e jogadores de futebol não queriam que ninguém soubesse. João Gabriel era um dos estudantes surdos que fazia a leitura labial das conversas. Hoje, ele joga no time dos que defendem o direito dos surdos a uma educação básica só para eles.
O Brasil tem duas línguas oficiais, a dos ouvintes e a dos surdos, que é a chamada língua dos sinais. A comunidade dos surdos acredita que a formação básica dessas pessoas merece também um modelo especial de educação.
João Gabriel e outros alunos que falam em silêncio estudam em uma escola bilíngue, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, no Rio. Uma tradutora explica o que o estudante está falando.
“A nossa primeira língua é a língua de sinais, e o português vem como segunda língua. É muito melhor quando a gente tem essa língua de sinais, que a gente consegue contextualizar os acontecimentos. Temos esse direito, merece essa comunicação”, diz.
A Universidade de São Paulo (USP) fez uma avaliação do desenvolvimento escolar dos surdos. Nove mil surdos de 6 a 25 anos fizeram prova em 15 estados, durante 11 anos. Os resultados mostram que as crianças surdas aprendem mais e melhor com professores e colegas que usam a língua de sinais, chamada também de libras.
“Se a criança for removida de sua comunidade escolar lingüística e colocar entre colegas que não a entendem, essa criança vai se embotar emocionalmente”, diz Fernando Capovilla, da USP.
Laura Pereira de Souza matriculou o filho em uma escola regular, mas não deu certo. O menino agora estuda no Instituto Nacional de Educação de Surdos (Inês).
“Diferença muito grande. Aqui é para surdo, deficiente auditivo, e a inclusão surdo. Eu, mãe falando, acho não vai dar certo”, opina Laura.
O MEC pretendia fechar a escola do Ines, referência nacional para os surdos. O ministério defende a inclusão de crianças surdas nas escolas regulares. Depois recuou em relação à escola do instituto, mas os outros colégios para surdos no país continuam ameaçados, segundo o vice-presidente da Feneis, Paulo Bulhões.
“Se fechar escolas básicas para educação especial vai ficar muito ruim”, aponta.
A atriz Marieta Severo também entrou na campanha nacional pela manutenção das escolas especiais para surdos.
“Minha irmã é deficiente auditiva, foi a minha primeira motivação. É muito importante que eles possam ter toda a capacidade deles de se desenvolverem, e não estarem dentro de uma sala em que não poderão ter todas as oportunidades de desenvolvimento”, diz a atriz.
Link para o vídeo:

- Acessar o vídeo (clique aqui)

21 de nov. de 2010

Divulgando: VI FEES – Fórum Estadual de Educação de Surdos “Cultura Surda e Educação”

Data: 11 de dezembro de 2010, das 9h às 17h
 
Local: FACOS (Avenida Jorge Dariva, 1042, Centro, Osório-RS)
 
Inscrições: de 18 de outubro a 03 de dezembro.
Valor: R$ 20,00  
Vagas: 230
Realização: CNEC/FACOS e GIPES (Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educação de Surdos)Apoio: UFRGS e CNPq 
Programação: 
9h – Abertura
 
9h15min – Apresentação Cultural 
 
9h30min –  “Cultura Surda” - Profª Drª Karin Strobel (UFSC)
 
12h – Almoço
 
14h – Apresentação Cultural
 
14h15min – “Produção, circulação e consumo da Cultura Surda” - Profª Drª Lodenir Karnopp (UFRGS), Profª Drª Madalena Klein (UFPEL) e Profª Drª Márcia Lise Lunardi-Lazzarin (UFSM)
 
15h – Apresentação Cultural

15h15min – “Pesquisas em Cultura Surda - Prof Ms Augusto Schallenberger (UFRGS),  Prof. Fabiano Souto da Rosa (UFPEL) e Prof Cláudio Mourão (UFRGS)
17h - Encerramento 

Vale a pena participar!

13 de nov. de 2010

Promoção livro: Educação de Surdos

Olá pessoal
O blog Vendo Vozes vai sortear um livro "Educação de Surdos: políticas, língua de sinais, comunidade e cultura surda", Organizado por Lucyenne Matos da Costa Vieira-Machado e Maura Corcini Lopes, autografado. O livro é lançamento da Edunisc, e discute uma temática longe de ser considerada esgotada transitando por diferentes conceitos como política, língua de sinais e cultura: a “Educação dos Surdos”. As diferentes abordagens adotadas pelas autoras e pelos autores que aqui se inscrevem nos apresentam possibilidades de ver essa temática central com diferentes olhos. E em tempos em que a Língua de Sinais Brasileira e as políticas educacionais e linguísticas para pessoas surdas habitam nossas discussões e práticas, o leitor interessado na temática da educação de surdos pode se deliciar comas reflexões sérias  e comprometidas que cada autora e autor elencaram para contribuir com as práticas e os estudos sobre surdos e surdez.


Para participar do sorteio,  basta
comentar, nesta postagem, respondendo: "Por que você quer ganhar o livro Educação de Surdos?", com comentário identificado (nome e e-mail).
Pode participar qualquer morador do território nacional,  até o dia 22/11. O contato com o vencedor será feito por e-mail, e o livro será enviado pelo correio.
(O comentário será publicado após liberação do administrador; somente concorrerá ao sorteio quem se identificar com nome e e-mail e responder no campo "comentários".)
Participe e boa sorte!


---------INSCRIÇÕES ENCERRADAS! ------

25 de abr. de 2010

X Encontro de Escolas de Surdos do RS

Olá pessoal
Acontecerá, entre os dias 25 e 26 de junho de 2010 o X Encontro de Escolas de Surdos do RS, no Instituto de Educação de Novo Hamburgo (RS).
O encontro contará com palestras, oficinas e relatos de práticas de ensino.
Para divulgar maiores informações sobre o evento, a comissão organizadora, cuja coordenadora é Ana Paula Jung, diretora e coordenadora pedagógica da E.E.E. Keli Meise Machado, de Novo Hamburgo, criou um blog onde pode-se encontrar o endereço, informações sobre as oficinas, palestras, etc, no site: http://xeesrs.blogspot.com/.
Quem puder, com certeza deve participar, é uma ótima oportunidade de troca de experiências, conhecer profissionais com interesses em comum na área de educação de surdos, intérpretes, educadores e pesquisadores...
Pretendo participar, com certeza, e trazer notícias do evento para o blog.

19 de out. de 2009

Dissertação: Andaimento Coletivo como prática de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa para Surdos

Olá pessoal

Quero compartilhar com vocês meu trabalho de dissertação em Linguística Aplicada na UNISINOS (2009) chamado: Andaimento coletivo como prática de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa para surdos, sob a orientação da Profª Drª Ana Maria de Mattos Guimarães.
Quem utilizar o trabalho, favor colocar as referências corretamente....
Abraços
Vanessa.

17 de jul. de 2009

Curso experimental para surdos - Inst. Bioquímica Médica


Repassando notícia bem interessante. A idéia pode ser adaptada para outras áreas que necessitam dar esse apoio à educação dos surdos!

Curso Experimental para Surdos – uma nova proposta educacional

Priscila Biancovilli

Inclusão social de uma parcela excluída da população. Este era o objetivo da professora Vivian Rumjanek, do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM), ao criar o Curso Experimental de Curta Duração para Surdos, iniciado em 2005 como um projeto-piloto. Inspirado nos cursos de férias do IBqM, os alunos são estimulados a enxergar a ciência a partir de uma nova perspectiva, sem formalidades ou decorebas. Ao invés disso, os estudantes respondem às suas próprias dúvidas através de experimentos científicos, guiados por monitores.

Entre os dias 4 e 8 de maio deste ano, a sétima turma do curso pôde conhecer e entender mais sobre DNA. Os 18 alunos participantes – todos estudantes do ensino médio – se reuniam em grupos e listavam uma série de questões relacionadas ao tema que julgavam mais interessantes. “Cada grupo pôde contar com intérpretes de LIBRAS, a ajuda de monitores, que são alunos de pós-graduação da Bioquímica, e também de agentes educacionais, pessoas surdas que auxiliam na comunicação entre os professores, os monitores e os alunos”, explica Paula Martins, uma das monitoras. A linguagem utilizada pelo grupo é a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) que teve sua origem na Língua de Sinais Francesa.

Antes do curso, os intérpretes participam de um curso bastante aprofundado sobre o tema em pauta, justamente para que eles saibam traduzir com precisão termos científicos pouco comuns. “Estamos elaborando uma série de glossários em LIBRAS. Coletamos e agrupamos novos sinais criados durante o curso e, principalmente, durante a vivência dos estudantes surdos aqui no laboratório. Os alunos de maior destaque dos cursos experimentais são convidados para participar de um estágio conosco, em que eles podem conhecer a ciência ainda mais de perto. Até agora, já oferecemos estágios a oito alunos”, alegra-se Vivian Rumjanek.

Nesta última turma, os alunos participavam ativamente das discussões, criando com rapidez um grande número de perguntas. “É muito interessante perceber que, apesar do silêncio durante as discussões, não estamos em um ambiente calmo. O que vemos aqui é um silêncio inquieto, curioso. Os monitores às vezes ficam até confusos com tantas perguntas ao mesmo tempo!”, afirma Gabriel Machado, outro monitor do curso.

Entre as perguntas escolhidas estavam: “Onde se localiza o DNA?”, “O DNA forma uma pessoa de bebê até adulto?”, “Existe diferença entre o DNA de humanos, plantas e adultos?”, entre outras. Logo no primeiro dia, os grupos começavam a responder às perguntas usando materiais diversos, como amostras de sangue humano, plantas e frutas. Um dos grupos tentava descobrir se havia diferença entre as células sanguíneas de duas pessoas diferentes, e observavam atentamente ao microscópio amostras de sangue de dois monitores. Enquanto isso, outro grupo buscava encontrar DNA em espécies vegetais.

“Há muito tempo me preocupo com a questão dos surdos, porque, diferente dos cegos ou dos cadeirantes, a deficiência deles não é visível. Há poucos mecanismos de inclusão social para este grupo. Numa sociedade de ouvintes, como a nossa, ser surdo é extremamente difícil”, comenta Vivian.

O laboratório da professora, no momento, conta com quatro estagiários surdos. “Infelizmente, devido à falta de suporte financeiro, não pudemos contratar estagiários desta última turma. Mas esperamos que essa realidade mude em breve”, finaliza a professora.

Notícia retirada do site http://www.bioqmed.ufrj.br/corpo/noticias/01_250509.html - Instituto de Bioquímica Médica - UFRJ

5 de fev. de 2009

História silenciosa - Como ensinar uma disciplina de conceitos abstratos e invisíveis às pessoas que têm na visão o principal sentido?

Esse foi o desafio do artigo escrito por Danielle Sanches, na época da publicação - 01/02/2007 - mestranda da USP na revista da História - Biblioteca Nacional.

Abaixo, um trecho do texto e o link para quem quiser acessar o texto completo!

"O professor deve ter em mente que as informações não são simples para os surdos –chegam a eles com muito mais barreiras e dificuldades do que para os ouvintes. Muitos alunos não conseguem acompanhar a velocidade das legendas nos telejornais, e por vezes não fazem uso da leitura de jornais impressos. Além disso, alguns alunos demoram a ingressar no ensino regular e outros estudam em escolas que fazem uso apenas do português falado, sem a utilização da LIBRAS. Às vezes o professor fala de costas para a turma, escrevendo no quadro. Para um surdo, é o fim de qualquer possibilidade de aprendizado. Pensar que certas questões são evidentes porque todos os jornais abordam ou porque as pessoas comentam nas ruas é um erro crucial quando se fala em ensino para surdos. Todas as questões são importantes e precisam ser explicadas com detalhes em sala de aula; a abordagem do “óbvio” é fundamental. A discussão de qualquer tema – colocado em comparação com a realidade da comunidade surda – é fundamental para a compreensão. O professor deve estar atento à inclusão desses alunos, buscando entender um pouco de certos códigos próprios da cultura surda para que sua prática de ensino seja enriquecida e verdadeiramente aproveitada pelos alunos."



Boa leitura!

Vanessa

31 de jan. de 2009

SUGESTÕES DOCENTES PARA MELHORAR O ENSINO DE SURDOS



Olá Pessoal


A dica para este final de semana é o artigo "SUGESTÕES DOCENTES PARA MELHORAR O ENSINO DE SURDOS", de ANA DORZIAT. O artigo trata de uma pesquisa realizada junto a professoras de surdos, numa perspectiva dev alorizaçãoo das percepções docentes sobre temas relacionados ao seu fazer pedagógico, visando a sua melhoria. Teve por objetivo investigar o tipo e o nível de reflexão dessas professoras. Para tanto, foram entrevistadas 13 professoras de duas grandes escolas para surdos que trabalhavam sob a concepção da Comunicação Total. Os dados obtidos foram analisados a partir de quatro eixos temáticos, os quais emergiram dos próprios depoimentos. Evidenciou-se, nos relatos, uma preocupação com as questões pedagógicas, inseridas numa visão de "normalidade" e de "adaptação social". Persiste, portanto, uma concepção clínica de surdez e de pessoa surda.


Para acessar o artigo, clique aqui!



Bom, mas o grande desafio é: como mudar essa concepção dos docentes da educação de surdos? Vamos pensar e trabalhar por isso!










16 de dez. de 2008

Porto Alegre faz concurso para especialista em Educação de Surdos

A Prefeitura de Porto Alegre está com inscrições abertas para o concurso público que será realizado para vários cargos, em janeiro de 2009.
As inscrições serão realizadas via Internet, no site www.conesul.org, a partir das 00h00min do dia 09 de dezembro de 2008 até as 24h00min do dia 23 de dezembro de 2008 e, no mesmo período, no Centro de Ensino Conesul situado a Rua 12 de Outubro, nº 49, Bairro Partenon/Glória (consulte mapa de acesso no site www.conesul.org), no horário das 09h às 16h, somente nos dias úteis.
Destacamos a vaga existente para especialista em Educação de Surdos:

Área: Ensino Fundamental – Educação de Surdos
Exigências para a função:
LP em Educação Especial/Deficientes da Áudio-comunicação, ou LP em Pedagogia/Deficiência da Áudio-comunicação, ou LP em Pedagogia/Deficiência Auditiva, ou qualquer LP com curso de instrutor de LIBRAS (somente para candidatos surdos), ou LP em Pedagogia com curso de especialização em Educação de Surdos com, no mínimo, 360 horas, ou LP em Pedagogia com curso de Capacitação em Educação de Surdos(Deficiência Auditiva) de no mínimo 300 horas, ou Magistério com curso de capacitação em Educação de Surdos(Deficiência Auditiva) de no mínimo 300 horas; ou Magistério com curso de instrutor de Libras de no mínimo 120 horas(somente para candidatos surdos)
Para maiores informações sobre inscrições, prova e vencimentos, consulte o edital, disponível no site do Conesul: http://www.conesul.org!
Abraços
Vanessa