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2 de set. de 2011

Jovens surdos do DF se casam neste sábado em cerimônia em Libras

De: Portal G1

Padre do Paraná vai oficializar união, que terá intérprete para ouvintes.
Um terço dos convidados para cerimônia também tem deficiência auditiva.

Casamento de Pedro e Patrícia será realizado em Libras neste sábado (3) (Foto: Jamila Tavares /G1) 
Casamento de Pedro e Patrícia será realizado em
Libras neste sábado (3) (Foto: Jamila Tavares /G1)
Surdos de nascença, o operador de informática Pedro Melo e a pedagoga Patrícia Jochen vão se casar neste sábado (3) na primeira cerimônia de casamento realizada na Língua Brasileira de Sinais (Libras) de Brasília.
O padre que vai celebrar a união, Wilson Czaia, também é surdo e veio do Paraná apenas para oficializar o matrimônio.“Vai ser uma cerimônia tradicional”, diz a noiva, de 24 anos, que trabalha como assistente de vendas em uma loja de produtos esportivos.
Como 90 dos cerca de 250 convidados não têm deficiência auditiva, um intérprete vai traduzir para os ouvintes as palavras de Czaia. A cerimônia também terá uma banda tocando ao vivo. “A música é para os convidados e também para Patrícia”, diz Pedro, de 26 anos.
A surdez de Patrícia é severa, o que significa que ela consegue compreender cerca de 30% dos sons que ouve. No caso de Pedro, a deficiência é profunda – ele não é capaz de perceber ou identificar a voz humana.
Os noivos se conheceram há três anos. Ele estava se formando em sistema de informações e ela entrando na faculdade de pedagogia. Pedro, que já tinha se relacionado com pessoas ouvintes antes, conta que a identificação foi imediata. “Com [uma pessoa] ouvinte, você acaba tendo algumas dificuldades de comunicação. Nós [surdos] temos uma cultura própria”, diz.
A surdez de ambos foi provocada pela contaminação de rubéola das mães durante a gestação. Como a deficiência não é genética, os filhos de Pedro e Patrícia provavelmente não terão a deficiência. Mas Pedro conta que filhos são um projeto apenas para daqui a alguns anos. O foco agora está na cerimônia deste sábado e na lua de mel de uma semana em Macéio. O casal viaja na segunda-feira (5).
O noivo conta que a identificação foi quase imediata. 'Temos uma cultura própria', diz Pedro. (Foto: Jamila Tavares /G1)Noivo conta que a identificação foi imediata. 'Temos uma cultura própria', diz Pedro. (Foto: Jamila Tavares /G1)
 
Muito linda a notícia, né? Obrigada à Rosi, que me mandou e link, e parabéns ao casal Pedro e Patrícia. Que Deus abençoe essa nova família que está sendo formada.

23 de mai. de 2011

Manifestação em Brasília sobre Educação de Surdos (19/05/2011)

Olá pessoal

Separei alguns materiais que quero compartilhar aqui no blog sobre a discussão que ocorreu esta semana em Brasília sobre a educação para Surdos, e aos poucos irei divulgando...

O Jornal da Globo Bom Dia Brasil do dia 19/05, trouxe a reportagem a seguir:

Edição do dia 19/05/2011
19/05/2011 08h52 - Atualizado em 19/05/2011 21h42

Brasília debate se surdos devem estudar em escola regular ou especial

O Ministério da Educação acha que eles devem estudar nas regulares.
Especialistas, educadores e os próprios estudantes preferem as especiais.

Nesta quinta-feira (19) tem um debate importante em Brasília - que vai definir o rumo da educação para os alunos surdos. Eles devem estudar em escolas regulares ou especiais?
O Ministério da Educação acha que eles devem estudar nas regulares, mas com algumas exceções. Especialistas, educadores e os próprios estudantes preferem as especiais.
Você deve se lembrar do quadro do ‘Fantástico’, o Jogo Falado, que revelava o que técnicos e jogadores de futebol não queriam que ninguém soubesse. João Gabriel era um dos estudantes surdos que fazia a leitura labial das conversas. Hoje, ele joga no time dos que defendem o direito dos surdos a uma educação básica só para eles.
O Brasil tem duas línguas oficiais, a dos ouvintes e a dos surdos, que é a chamada língua dos sinais. A comunidade dos surdos acredita que a formação básica dessas pessoas merece também um modelo especial de educação.
João Gabriel e outros alunos que falam em silêncio estudam em uma escola bilíngue, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, no Rio. Uma tradutora explica o que o estudante está falando.
“A nossa primeira língua é a língua de sinais, e o português vem como segunda língua. É muito melhor quando a gente tem essa língua de sinais, que a gente consegue contextualizar os acontecimentos. Temos esse direito, merece essa comunicação”, diz.
A Universidade de São Paulo (USP) fez uma avaliação do desenvolvimento escolar dos surdos. Nove mil surdos de 6 a 25 anos fizeram prova em 15 estados, durante 11 anos. Os resultados mostram que as crianças surdas aprendem mais e melhor com professores e colegas que usam a língua de sinais, chamada também de libras.
“Se a criança for removida de sua comunidade escolar lingüística e colocar entre colegas que não a entendem, essa criança vai se embotar emocionalmente”, diz Fernando Capovilla, da USP.
Laura Pereira de Souza matriculou o filho em uma escola regular, mas não deu certo. O menino agora estuda no Instituto Nacional de Educação de Surdos (Inês).
“Diferença muito grande. Aqui é para surdo, deficiente auditivo, e a inclusão surdo. Eu, mãe falando, acho não vai dar certo”, opina Laura.
O MEC pretendia fechar a escola do Ines, referência nacional para os surdos. O ministério defende a inclusão de crianças surdas nas escolas regulares. Depois recuou em relação à escola do instituto, mas os outros colégios para surdos no país continuam ameaçados, segundo o vice-presidente da Feneis, Paulo Bulhões.
“Se fechar escolas básicas para educação especial vai ficar muito ruim”, aponta.
A atriz Marieta Severo também entrou na campanha nacional pela manutenção das escolas especiais para surdos.
“Minha irmã é deficiente auditiva, foi a minha primeira motivação. É muito importante que eles possam ter toda a capacidade deles de se desenvolverem, e não estarem dentro de uma sala em que não poderão ter todas as oportunidades de desenvolvimento”, diz a atriz.
Link para o vídeo:

- Acessar o vídeo (clique aqui)